AB DALTON MELO DE ANDRADEAB DALTON MELO DE ANDRADE

Dalton Mello de Andrade

Os jornais e as TVs os chamam de professores. Eles mesmos, ou pelo menos seus sindicatos, trabalhadores em educação. Mas o comportamento exibido, sem dúvida de uma minoria, foi de vândalos.

Fiquei estupefato, estarrecido, não quis acreditar. Um assalto, violento e inusitado, com pedras, porretes e pranchas às portas e janelas da Secretaria de Educação de São Paulo. Feriram pessoas, quebraram janelas e vidros, tentaram arrombar portas, utilizaram uma violência extrema. Defendiam aumentos salariais. Querem apenas 75% de aumento. O governo diz que já lhes deu 45% e não tem como dar mais. Mesmo que tenham razão, e talvez tenham, a forma utilizada para  conseguir sucesso em seus pedidos não se justifica. É verdade que o exemplo do Legislativo e do Judiciário fomenta esse tipo de reivindicação, já que para eles não há limites nem parece faltar dinheiro – vivem noutro país.

Fico pensando nos seus alunos, por sinal sem aulas há tempos. O que podem ensinar esses ditos professores? Violência, truculência, desrespeito? Pobres alunos. O que, ensinado por esses trabalhadores em educação, levarão para a vida? Terão aprendido, ou aprenderão, alguma coisa útil para a sobrevivência nesse mundo competitivo? Não acredito.

Quando me lembro dos meus professores, esses sim, professores, que colocavam a profissão acima de qualquer outro objetivo, que também tinham seus problemas salariais, mas buscavam suas melhorias de forma civilizada, e conseguiam, vejo como perdemos valores que já nos foram caros. Lamentável, o que presenciamos hoje em dia.

Não sou um velho rabugento. Nem superado. Aliás, nem me considero velho. Tenho idade. Mas a cabeça é jovem. Procuro me colocar no lugar das pessoas, para entendê-las melhor. Estou atento às modificações que permeiam a sociedade e concordo com a grande maioria delas. Sou totalmente favorável às coisas novas e a elas aberto. Aceito  e convivo tranquilamente com as novidades, sejam em que campo forem. Das novas idéias humanísticas às tecnológicas. Mas não posso concordar com o uso da violência como fator de sucesso na luta por reivindicações.

Lamentei a forma utilizada em São Paulo, que tem se repetido em outros lugares. Lutem pelo que consideram seu direito, mas o façam dentro da lei. Respeitem o direito dos outros, o que é básico numa democracia. De outra forma, passam a ser simplesmente vândalos. A ser reprimidos pela policia.

Dalton Mello de Andrade Ex-secretário de Educação do RN

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