José Narcelio Marques Sousa
É salutar constatarmos a proliferação de novos escribas publicando arte nos últimos anos. Acontece que os novos escritores aos quais me refiro aqui são indivíduos “velhos” – se assim podemos rotular pessoas bem dispostas com mais de 60 anos de idade -, que perderam a inibição e haja produzir literatura.
De poesias a romances, de crônicas a artigos, de contos a ensaios. Eles estão certos, certíssimos, agindo assim. O maior exemplo desse potencial cultural represado, que escapuliu para a luz do conhecimento e reconhecimento públicos, foi Pedro da Silva Nava. O médico, mineiro de Juiz de Fora, enveredou pela literatura já com uma porção de anos nos costados. Isto mesmo. Publicou Baú de Ossos – o primeiro de seus sete livros – aos 69 anos. A idade avançada não impediu que ele se tornasse o maior memorialista da literatura brasileira.
Não, não iremos incluir Pedro Nava no rol de inteligências privilegiadas e exclusivas descobertas tardiamente. Até porque mentes excepcionais idênticas à dele existem aos montões neste país, se esquivando de divulgar suas potencialidades inatas por receio de avaliações ou críticas negativas. Quanta tolice!
A timidez é a mais cruel aliada do medo. Ela inibe o artista – de preferência o perfeccionista – ao ponto de transformar verdadeiras obras de arte em esterco do cavalo do bandido dos filmes de bang-bang, tudo isso na mente em polvorosa do criador.
Mas, retornemos ao assunto central – “velhos novos escribas” ou “escribas da terceira idade”-, no cenário norte-rio-grandense. Aqui nos surpreendíamos todos os dias, com gratas manifestações da expressão escrita, em diferentes estilos, através da página “Opinião”, do extinto “O Jornal de Hoje” impresso. Um recanto apropriado para publicar, em crônicas e artigos, pontos de vista, reflexões, experiências de vida, recordações, humor e críticas. Acomodando num mesmo espaço e ao mesmo tempo, uma plêiade de pessoas inteligentes que transitava de escribas tímidos a serelepes, descobrindo escritores iniciantes e corroborando consagrados, até alcançar imortais da Academia de Letras do Estado.
A maioria, escribas de ocasião, ficou privada de voz após o fechamento das edições impressas daquele jornal. Uma pena? Que nada! Parcela dos “velhos novos escribas”, impregnados do vírus da expressão escrita e satisfeitos com a aceitação de seus trabalhos, tenderam a financiar as próprias produções. Daí a leva de livros lançados nos últimos meses, além de tantos outros no prelo aguardando a vez de tomar conta do mercado literário da província.
Enquanto isso, o punhado restante optou pela vertente que vislumbra o futuro da comunicação escrita, ou seja, o mundo virtual. Este blog Ponto de Vista, de Nelson Freire capitalizou, oportunamente, essa massa desgarrada de escribas dando-lhe guarida, e não parou mais de acomodar colaboradores.
Eis-me aqui, um “velho escriba” enxerido, querendo se imiscuir de fininho para não ser notado, na lista seleta de “cobras criadas” pinçadas por Nelson Freire para exercitar o jornalismo desta nova era, em acelerada instalação, no formato de um diário online. Tenho dito!
José Narcelio Marques Sousa – engenheiro civil – jnsousa29@gmail.com
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