As vendas do comércio varejista brasileiro recuaram 0,2% em fevereiro em comparação com janeiro, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (12). Em relação a fevereiro de 2016, o varejo nacional recuou 3,2%, 23ª taxa negativa consecutiva na base de comparação. No acumulado dos dois meses do ano, o comércio varejista acumula redução de 2,2% e, nos 12 meses, de 5,4%.

Já em relação à receita nominal de vendas, houve alta de 0,4% em fevereiro em comparação ao mesmo período de 2016, de 0,1% em relação a janeiro deste ano, de 2,1% nos dois primeiros meses do ano e de 4,2% nos últimos 12 meses.

O IBGE revisou ainda a taxa de janeiro em relação a dezembro. Em vez do recuo de 0,7% divulgado no mês passado, a revisão aponta que houve foi um crescimento de 5,5%. Segundo o instituto, foi feita uma atualização metodológica, aprimorando a amostra e reavaliando o peso de cada uma das atividades.

De acordo com o gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Pedro Quinstslr, o cálculo inicial do indicador havia considerado como base o ano de 2011 e, a partir de janeiro, passou-se a considerar o ano de 2014.

“O que nós fizemos foi um aprimoramento da metodologia. Foi feita uma atualização da amostra de informantes”, enfatizou.

Ao ser questionado sobre a grande diferença entre o dado inicialmente divulgado e o revisto, Pedro explicou que a variação foi influenciada por dois fatores principais que convergem exatamente para a mudança metodológica da pesquisa.

“A revisão nos dados de janeiro e, principalmente, a revisão nas ponderações do ano base. Estávamos utilizando os pesos amostrais da Pesquisa Anual de Comércio (PAC) e agora estamos usando os pesos do cadastro de seleção da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC).

Quando divulgou os dados do comércio de janeiro, o IBGE já havia informado que houve uma mudança metodológica na pesquisa. Porém, o instituto decidiu recalcular o ano-base da pesquisa ao fazer o levantamento de fevereiro.

Houve predomínio de resultados positivos entre as atividades que compõem o varejo em fevereiro na comparação com janeiro. Os cinco segmentos que mais mostraram avanço foram móveis e eletrodomésticos (3,8%); tecidos, vestuário e calçados (1,5%); livros, jornais, revistas e papelarias (1,4%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (1%); e combustíveis e lubrificantes (0,6%).

Por outro lado, as atividades com taxas negativas foram hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,5%); equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-1,5%); e outros artigos de uso pessoal e doméstico (-1,8%).

Na comparação com fevereiro de 2016, sete atividades registraram variações negativas: combustíveis e lubrificantes (-8,5%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (-7,7%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-5,1%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,3%); móveis e eletrodomésticos (-3,4%); equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-11,9%); e livros, jornais, revistas e papelaria (-7,0%). A única atividade com desempenho positivo foi tecidos, vestuário e calçados, com taxa de 3,6%.

De acordo com a analista da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Juliana Vasconcellos, o que mais contribuiu para o recuo das vendas em fevereiro na comparação com o mesmo mês do ano anterior foi a atividade de combustíveis e lubrificantes. Segundo o IBGE, a atividade vem apresentando queda desde janeiro de 2015, mesmo com os preços do setor em trajetória declinante, diz o instituto. Para Juliana, a queda nos preços não se refletiu no consumo das famílias.

A pesquisadora ressaltou que, embora a renda do brasileiro tenha se mantido mais estável, se comparada com o ano anterior, e os juros estarem em queda, o desemprego segue prejudicando as vendas no comércio.

Fonte: G1

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