VENHA (MUITO) A NÓS –

E ao vosso reino, nada. Essa frase popular é muito conhecida da maioria de nós e retrata a máxima do egoísmo. Um pecado considerado capital, muito praticado, sem culpa nem ressalvas.

Quando se fala em defeitos, costuma-se esconder ou envergonhar-se daqueles que se possui. Ninguém diz que é preguiçoso, guloso ou invejoso. Egoísmo e usura, porém, são considerados quase qualidades, questão de inteligência e sobrevivência. Que coisa mais sem propósito!

Egoísmo não tem nada de “legal”, nada de que se orgulhar. É uma característica vil, e pior é o fato de ser conservada pelo homem. Toda religião, toda doutrina e toda família têm o dever, a obrigação, de coibir as mais diversas formas de egoísmo, de pôr a si, seus desejos e interesses acima do bem comum, do social.

O egoísta não enxerga nada além de seu próprio bem-estar. Quando somos egoístas, desequilibramos a balança de energias positivas do universo, deixamos de pensar em nós como elemento do conjunto mundo e nos tornamos um conjunto unitário paradoxalmente cheio de coisa nenhuma, um conjunto vazio em conteúdo válido.

É como se fosse um ciúme, que todos sabemos que é um sentimento triste de se cultivar, só que, ao contrário deste, o egoísmo é um ciúme de objetos, de coisas inanimadas.

Não é fácil lutar contra quem somos, quebrar velhos hábitos, mas gosto de acreditar que não são nossos defeitos que nos definem e sim a forma e a força com que lutamos contra eles.

Todos queremos, e precisamos, ser pessoas melhores; a maioria dos “simples mortais” está bem longe da “perfeição”. Algumas coisas, porém, são imprescindíveis na evolução pessoal e espiritual. Separar-se do egoísmo é um grande passo, um passo importante na caminhada de cada um. Então, por que não tentar? A vitória só vem aos apostadores, e apenas um degrau pode mudar sua vida!

Ana Luíza Rabelo Spencer – Advogada – ([email protected])
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