VICIADOS NOS DEFEITOS –

Essa é uma expressão horrível, triste mesmo, mas este é o retrato fiel da realidade dos seres humanos.  Os sete pecados capitais são o principal reflexo deste vício na nossa vida. O próprio nome já se explica. Pecado, segundo o dicionário Aurélio: falta, erro; culpa, vício. Capital: principal, essencial, fundamental, primário. Sintetizando, pecado capital é cada um dos sete vícios ou faltas graves catalogadas pela Igreja católica na Idade Média, e que fazem parte da tradição cristã. São eles: avareza, gula, inveja, ira, luxúria, orgulho e preguiça. Desde a Idade Média? Pois é. Há muito tempo já os conhecemos, já os condenamos e não os abandonamos.

Na verdade, nos acostumamos às falhas de caráter humano e não mostramos interesse em combatê-las.  Pior. Hoje somos capazes de criar desculpas, para justificar o injustificável e aceitar o inaceitável. A poltrona dos defeitos é confortável e levantar-se dela acarretaria uma guinada na vida de todos nós. Levantar-se dela significa ir de encontro a uma luta árdua (porém louvável) em busca da melhora e evolução da raça humana.

A maior dificuldade na batalha contra tantos feitos deve-se principalmente ao fato de sermos incapazes de reconhecê-los em nós mesmos. Tal e qual o espelho da madrasta da branca de neve, que, ao ser perguntado sobre a beleza de sua dona lhe dava o segundo lugar, mas não o último, o espelho que reflete o nosso caráter recusa-se a nos elucidar sobre nossas falhas, preocupando-se apenas em mostrar as falhas alheias e enaltecer as nossas, muitas vezes parcas, qualidades.

Esqueçamos-nos de olhar para o alheio quando o objetivo for apenas diminuir e denegrir. Olhemos, de hoje em diante, suas qualidades e nos espelhemos nelas. Imitar coisa boa é aprender. Olhemos para nosso próprio umbigo com a mesma agudeza que dedicávamos ao vizinho, e aquelas fáceis soluções aos problemas alheios serão dirigidas ao nosso reflexo. Se cada um fizer sua parte, o futuro, com certeza, será melhor.

 

Ana Luíza Rabelo Spencer, advogada ([email protected])

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *