As letras minúsculas contidas nas bulas de medicamentos escondem informações importantes, comumente desconsideradas por nosso desinteresse em conhece-las ou por preguiça de lê-las. Daí ficarmos alheios aos efeitos colaterais e às contraindicações de remédios que ingerimos visando o bem de nossa saúde.
Tomemos por exemplo o omeprazol. Trata-se de um dos medicamentos mais vendidos do planeta, indicado nos tratamentos de úlceras – tanto gástricas como duodenais -, da esofagite de refluxo, da hiperacidez gástrica e da síndrome de Zollinger-Ellison.
Acontece de o uso continuado do omeprazol ser bastante questionado devido os seus efeitos colaterais. Esses são agrupados como reação comum (diarreia, náusea, vômito, tontura e tosse); reação incomum (sonolência, insônia, vertigem e mal-estar) e, reação rara (confusão mental, agressividade, aumento da transpiração e alteração do paladar).
Existem outras reações consideradas “experiência pós-comercialização” relatadas, espontaneamente, por uma população de tamanho desconhecido, portanto, não sendo possível estimar a real frequência ou estabelecer relação de casualidade com o medicamento.
São desordens que vão de palpitação, passando por tinido, tremor, letargia, cãibra, dores nas costas e testicular, apatia, nervosismo, ansiedade e uma penca de outras mazelas.
A eficiência da droga na cura das enfermidades apontadas na bula é inquestionável, porém (sempre existe o tal porém), o uso continuado do medicamento pode causar deficiência de vitamina B12, que induz à redução da produção de testosterona.
A diminuição da testosterona no organismo do homem influencia no comportamento, em algumas características físicas e, também, no desempenho sexual. Como se não bastasse os níveis desse hormônio caírem naturalmente no sangue, a partir dos 40 anos, é cruel imaginar tal redução ser acelerada por uso de medicamentos.
Impingir ao omeprazol a pecha de causador de impotência sexual em marmanjos é uma discussão longa e abrangente, açambarcando diferentes vertentes no debate – basta consultar a internet para avaliar e plenitude dos questionamentos.
Por outro lado, a medicina natural não pode nem deve ser desconsiderada na sua totalidade. Afinal, uma boa parcela de produtos farmacológicos é originária do mundo vegetal. Então por que teimar em desqualificar a medicina natural?
Um exemplo clássico é o limão. A fruta produz um alto teor de ácido (cítrico 5 a 7%) que, quando livre, é ácido. Porém, ao ser ingerido e em contato com o meio celular no interior do organismo humano, é oxidado e se transforma num agente tamponante, comportando-se como um alcalinizante. Daí se dizer que o limão combate a acidez estomacal.
É fundamental a consulta médica para estabelecer o grau de comprometimento da doença gástrica. Eu o fiz e me acostumei com o omeprazol. Todavia, não me tornei um dependente do medicamento. Hoje pratico, com parcimônia, a ingestão de gotas de limão na água, em jejum, alternando com o suco verde feito com couve e limão.
Impressionante! O estômago não tem reclamado.
José Narcelio Marques Sousa – Engenheiro civil e escritor – jnsousa29@gmail.com
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