VIRAMUNDO 1 –

Aí mermão, sou Zé Rolinha, um cara meio destrambelhado que não liga muito pressas coisas de comportamento legal, ética (nem sei bem o que é isso) e muito menos da tal corrupção. Me lembro de ter ouvido  Paulo Maluf, um político paulistano, que inventou o verbo malufar. “Eu não sou corrupto, sou corruptor”. Genial, desse dia em diante passei a entender melhor esse negócio de desviar dinheiro público para seu próprio bolso e dos amigos. Roubar ou furtar outros dinheiros é coisa de ladrão mesmo, não de corrupto. Faz diferença?

Aí encontro, num desses sábados mornos, de manhã, lá pelas bandas da Rio Branco, na Cidade Alta, um caba de chinelo de dedo, calça jeans rasgada e camiseta branco-creme com a estampa dum cara  barbado, boina vermelha com uma estrela no meio e olhar pras nuvens,  escrito “Che Guevara!”. Eu falei pra ele: “brother”, quem é esse cara que está na sua camisa?. “Sei não. Diz a galera lá da Univa,  que foi   um grande revolucionário. Só isso que eu sei, mais nada”.

Ele andava com uma mochila grande, preta-cinza, dessas que se carrega nas cosas e um livro na mão na mão esquerda que me chamou a atenção: “Pequeno príncipe”.

-uma amiga me emprestou pra conhecer a história de Maquiavel quando era pequeno.

Ai tirou do bolso um cigarro de palha e eu perguntei: maconha? – não, Deus me livre, isso aqui é fumo de Arapiraca. Num gosto dessas coisas não. Num gosto do cheiro da maconha, esse aqui é mais original. Lá na Univa a galera acha legal porque engana.

Então merrmão me lembrei de Lobão que chama esse povo de universiotário.

 

Jaécio Carlos –  Produtor e apresentador dos programas Café da Tarde e Tribuna Livre, para Youtube.

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