VIRAMUNDO 120 –

Daniele Maia, a Dani para os íntimos, é de Areia Branca, cidade salineira pertinho de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Irmã de 3 meninas e 2 meninos.

É a última filha do Casal Abelardo e Jurema.

Ele, salineiro, trabalhador na Salina Rio-grandense e ela costureira.

Dani sempre explorava a mãe pra costurar suas roupas baseadas nas artistas da televisão.

Ela se sentia uma delas, vaidosa e muito bonita o que atraia os meninos e causava ciúmes nas meninas.

Na escola era um alvoroço. Ela namorava quem quisesse e muitas vezes tomava os namorados das outras.

Até que apareceu Florinda, uma menina também bonita, que encarou Dani.

Se você se meter com Cesinha, meu namorado, quebro você de pau. Se meta pra ver.

– Que é isso Flor. Cesar e eu somos apenas amigos.

– Poie é. Vou tá de olho, viu?

Elas não se davam bem, mesmo.

Cesinha era um menino bonito, inteligente, metido a poeta e as meninas ficavam paquerando ele a despeito de Florinda que era muito ciumenta e braba.

Dani veio morar em Natal na casa da tia Amélia e foi estudar no Colégio Maria Auxiliadora, em Petrópolis.

Mantinha os mesmos hábitos de quando morava em Areia Branca, com relação a vestuário.

Só usava roupa feita pela mãe, até que tia Amélia fez com que ela mudasse um pouco de hábito e passou a usar roupa de loja.

Dani falava muito bem, tinha boa altura e era elegante.

Foi trabalhar como locutora da TV Ponta Negra, do SBT e logo foi pra São Paulo.

Começou como repórter de rua e estranhou o frio, mas em pouco tempo estava adaptada

– Conheço Silvio Santos, Dani.

– Nada. Só o pessoal do jornalismo. Chegar ao chefe é muito difícil, mas todos gostam muito dele.

– Já viu pelo menos de perto?

– Não, só por fotografia. Acho que vou conhecê-lo na festa de fim de ano.

Dani alugou um apartamento com uma colega, lá mesmo na vila Guilherme, onde fica a sede do SBT.

Da reportagem de rua Dani foi pro Jornal da Manhã, ficando na bancada no horário das 6h.

Acordava a 4h e pegava uma carona com Sandoval, que trabalhava na mecânica da empresa e morava perto.

A vida de Dani sempre foi muito agitada e ela tinha pouco tempo pra namorar

Estudava jornalismo a noite e conheceu Artur, jornalista que trabalhava na Folha de São Paulo e era professo da faculdade.

Casaram, tiveram 1 filho e vieram passar uns dias em Areia Branca.

Artur se encantou com as salinas tiraram fotos e ele aproveitou pra filmar seus passeios brincando com o sal.

– Dani, isso aqui é um paraíso.

– Pois é. Somos o maior produtor de sal do mundo.

– Meu Deus. Quero vir morar aqui.

– Não. Prefiro São Paulo. Quando a gente se aposentar e Fredinho, nosso filho casar, a gente vem, tá bom?

– Tá. Vamos curtir nossas férias, então.

De volta pra São Paulo, Artur levou um saco de sal que ele mesmo pegou com a pá, pra mostrar pros colegas do Jornal e da Faculdade.

A vida transcorria tranquila quando Artur sofreu um acidente na Via Anhanguera e morreu.

Dani ficou muito tempo com o filho Fredino e foram morar num apart hotel, mas seguro e menos trabalho.

Vieram passar umas férias em Areia Branca e encontrou com Cesinha que acabara de se separar de Florisbela e tinha uma filha da idade de Fredinho.

Os se reencontraram e passaram a namorar.

Pouco tempo depois Cesinha foi pra São Paulo morar com Dani e Fredinho, que se tornaram amigos.

Cesinha abriu na periferia de Guarulhos uma distribuidora de sal e colocou o nome de Sal Dubom e se deu bem.

Casou com Dani e tiveram gêmeos, um menino e uma menina e colocou os nomes de Paulo e Paula.

Encontrei-os hospedados no Hotel Garbus, em Mossoró e perguntei a Dani em quem ela se inspirou pra viver, assim.

– Carla Rodeiro.

 

 

 

 

 

Jaécio Carlos –  Produtor e apresentador dos programas Café da Tarde e Tribuna Livre, para Youtube

As opiniões contidas nos artigos/crônicas são de responsabilidade dos colaboradores

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