VIRAMUNDO 147 –
José Ferreira de Souza, o Ferreirinha, veio de Campina Grande, importante cidade paraibana, morar em Natal com mãe, dona Dolores, recém separada de seu Abílio, comerciante.
Ferreirinha era um menino recatado, tímido e de poucos amigos.
Ficaram um tempo na casa da tia Hermelina por pouco tempo depois fora para um apartamento pesquisa na Lagoa Nova.
Ferreirinha estudou no Ginásio 7 de setembro de manhã e a tarde trabalhava na Formosa Síria, bela loja no centro de Natal.
Tempos depois depois associou-se a Mário Lopes e montaram a Camisaria Unidos na Rua General Osório.
– Oh! Ferreira, por que o nome “unidos”?
– Porque eu e Mário somos muito amigos.
A loja abriu filial no Alecrim e no Hiper Mercado na Prudente de Morais.
Ferreirinha casou com Stela, mulher bonita, elegante, de Curais Novos, professora de filosofia.
Não tiveram filhos e moravam num luxuoso apartamento de cobertura na Avenida Getúlio Vargas, em frente a visão maravilhosa do mar de Ponta Negra.
– Dona Stela por que vocês não adotam uma criança?
– Ferreirinha não quer, diz que dá muito trabalho e como eu não posso ter filhos, é porque Deus não quer.
– Um casal sem filhos é muito ruim, não?
– A gente tem um casal de Chihuahua e eles nos fazem companhia.
– Mas não é a mesma coisa de filhos.
– A gente colabora com o Orfanato da Vovó Odete e uma vez por mês passamos o domingo lá, com as crianças.
Com a consolidação da Camisaria Unido, Ferreirinha e Stela viajavam muito, principalmente a Portugal onde tinham um casal de amigos em Alcobaça, seu Duarte e dona Almerinda donos de uma fábrica de porcelana.
As roupas da moda e a variedade de produtos masculinos da Camisaria davam orgulho e prestígio aos amigos Ferreirinha e Mário.
Outro dia encontrei os dois sócios casais jantando no Restaurante Nau de Frutos do Mar e perguntei:
– Ferreirinha, em quem você se inspirou pra sua vida?
– Eustáquio Alves de Medeiros.
Jaécio Carlos – Produtor e apresentador dos programas Café da Tarde e Tribuna Livre, para Youtube