VIRAMUNDO 19 –
Severino Raimundo, também conhecido como Nhonho, em referência ao personagem do seriado Chaves. Filho de pai maranhense e a mãe paraibana, seu nome é uma homenagem aos dois.
Gordo, de voz bonita, gostava de cantar nos fins de semana nos botecos de Ponta Negra. Ganhava uma graninha que dava pra pagar o aluguel num quarto do prediozinho antigo na Ribeira e durante a semana vendia coco na praia.
Passou a fazer sucesso e o povo sempre pedia bis as suas musicas. Com a fama crescendo, começou a chegar atrasado aos compromissos e a beber uísque, pagando com o dinheiro recebido nos shows. Não demorou muito, foi “descontratado”. Entrou em depressão e quis pular da ponte mas a segurança não deixou.
Faltou dinheiro pra comprar coco e sem pagar aluguel do quartinho há 3 meses, foi despejado.
Aí Nhonho se lembrou duma gordinha que era sua fã das noites de cantoria e foi procura-la.
– Creuza, aqui é Severino Raimundo, o Nhonho das noites de Ponta Negra. Preciso falar com você.
Marcaram, conversaram e Nhonho foi morar uns dias na casa dela enquanto se recuperava do baque.
Conseguiu cantar nos barzinhos da Candelária e recuperar-se do fracasso de Ponta Negra. Chegou a lançar um CD com o título: NHONHO DAS NOITADAS. Vendia no Grande Ponto. Passou a usar uma barbicha e e uma boina amarela, pra chamar a atenção. Ficava na esquina da C&A competindo com vendedores de Açai, Churrasquinho, Tapiocas e outros bichos. Deu certo e foi morar em Mossoró, a convite de um amigo que adorava sua voz. Lá ele se deu bem e até hoje canta na Churrascaria Gaúcha, agora com banda e tudo o mais.
– Nhonho, quem é seu grande ídolo?
– Tim Maia.
Jaécio Carlos – Produtor e apresentador dos programas Café da Tarde e Tribuna Livre, para Youtube.