VIRAMUNDO 38 –
Joaquinzinho de Jesus era alfaiate em Santa Cruz, cidadezinha no interior do estado e, além de costurar pra fora, consertava farda dos soldados da Polícia e juntava o dinheiro para, um dia, montar uma fábrica de roupas.
Começou com uma comissária e foi ensinando as pessoas da cidade esse novo ofício.
Uma grande fábrica em Natal contratou Joaquinzinho pra ser facção (terceirização) e recebeu, como parte do negócio, máquinas de costura, tecidos, aviamentos e modelos das peças a serem produzidas.
Uma pequena indústria, portanto. Chegou a empregar 150 mulheres. Movimentou a economia da cidade. A fábrica de Natal, quando ia buscar as roupas prontas, levava novas encomendas. Era o que Joaquinzinho gostava.
Com o dinheiro guardado comprou um terreno em Natal, manteve a facção no interior enquanto ia construindo o galpão.
Comprou, com financiamento da Sudene, máquinas e equipamentos e inaugurou a Indústria de Confecções Potengy com 400 funcionários, mais 150 na facção de Santa Cruz. Um sucesso empresarial.
Casou com uma das funcionárias, colocou-a como diretora financeira e tiveram 3 filhos. O mais velho foi trabalhar com ele na fábrica, depois foi abrir filial em Recife, em pouco tempo abriu outra fábrica em Mossoró só pra confeccionar camisas com retalhos, sobras de tecidos. Boa ideia. Depois montou uma franquia das Lojas Pirangy pra vender as roupa, com exclusividade.
O negócio ia bem até que um grupo chinês como o a empresa e ele aposentou-se mas continuou como gerente de negócios na saciedade.
Joaquinzinho manteve a facção de Santa Cruz, foi Prefeito de lá e voltou a morar na cidade que o ajudou a crescer.
Encontrei com Joaquinzinho no Café São Luiz e perguntei quem o havia inspirado.
– Teodato Barreto.
Jaécio Carlos – Produtor e apresentador dos programas Café da Tarde e Tribuna Livre, para Youtube.