VIRAMUNDO 89 –

Viviane Medeiros era de Currais Novos, capital da Xelita, mineral importante no Rio Grande do Norte.

Aos oito anos veio pra Natal com os pais e foi morar na Rua 2 de novembro, em Petrópolis numa casa de frente para o mar de Areia Preta.

Apaixonada por música pediu aos para estudar na Escola de Música da Universidade Federal.

Em meio a diversas opções, escolheu o violino.

– Eh muito feminino o violino. Adorei aprender a tocar.

– Então minha filha, dedique-se com amor e seja virtuosa

O professor Ravelo ensinou partitura e a professora Elaine mostrou como Se usa o instrumento.

O pai foi a loja A Musical e comprou um violino lindo, meio avermelhado e uma capa preta, de couro desenhado.

– Adorei, papai. Obrigada.

Viviane portava-se feliz e com muita dedicação chegava pontualmente a Escola de Música da UFRN pertinho de Mirassol, em Capim Macio.

Aprendeu os primeiros acordes nas pacientes aulas da professora Yolanda, violonista antiga da Orquestra Sinfônica do Estado.

– Vivi, tá gostando?

– Não me chame de Cuvi. Detesto apelido.

Viviane Medeiros; estatura mediana, bonita, cabelos ondulados tocando levemente os ombro e i iluminando os olhos verdes parecidos com os da mãe.

Na Escola era inevitável não chamá-la pelo apelido que detestava mas aos poucos foi aceitando.

Não era de conversar muito, mas sua timidez era um charme irresistível.

Sua primeira apresentação pública foi no auditório da Escola de Música, antecedendo a o grande Concerto da Orquestra Sinfônica.

Interpretando uma peça de Chopin Vivi recebeu um convite pra conhecer Paris e ver de perto a obra de François Chopin.

Viajou com a mãe, dona Vitória e ficaram hospedadas num pequeno hotel nas proximidades da Torre Eiffel, nos Campos Elisios.

Viviane era toda felicidade e recebeu um tratamento simples mas acolhedor.

Sua timidez permitiu conhecer músicos importantes e apaixonou-se por René Debret, violoncelista e parente do grande pintor francês.

Aprendeu francês rapidinho, casou com René e quando dona Vitória voltou para Natal ela foi morar com Debret em Versalhes.

Tiveram dois filhos e o mais velho se tornou bailarino da Companhia Teatral Filarmônica de France.

O outro filho, Gustavo, não gostava da França e voltou pra Natal se formando em Psicologia.

Vivi e René passavam a maior parte do tem viajando pela Europa exibindo-se para um público seleto e apaixonado por música clássica.

Vieram a Natal e René ficou deslumbrado com a cidade e suas praias ensolaradas.

Fizeram duas apresentações na Aliança Francesa e voltaram felizes pra Versalhes levando muitas recordações e saudades dos amigos que aqui deixaram.

Encontrei o casal em Alcobaça, Portugal, no Restaurante Estoril perguntei a vivi:

Em quem você se inspirou pra sua vida de violonista?

– Cláudio Monteverdi.

 

 

 

Jaécio Carlos –  Produtor e apresentador dos programas Café da Tarde e Tribuna Livre, para Youtube.

As opiniões emitidas nos artigos/crônicas são de responsabilidade dos colaboradores
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