VIVA A URNA ELETRÔNICA –

As eleições brasileiras para a escolha de prefeitos e vereadores do país, neste 2024, ocorreram dentro da maior tranquilidade e rapidez imagináveis, se compararmos com a conturbação, fragilidade na segurança e a contagem manual vagarosa e enervante das tradicionais urnas utilizadas pouco menos de três décadas atrás.

Isso graças a uma invenção desenvolvida por desembargadores e juristas do Tribunal Superior Eleitoral, com a participação de engenheiros do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), na época, o TSE, presidido por Carlos Velloso. Todos auxiliaram na criação do Coletor Eletrônico de Votos (CEV), cuja função seria a eliminação da intervenção humana no processo de apuração e totalização dos votos.

Concluído em 1995, o CEV, batizado depois de Urna Eletrônica, foi utilizado pela primeira vez, em 1996, quando um terço do eleitorado brasileiro – 32 milhões – usou o computador para registrar seus votos. Cinco anos depois, em 2000, foi realizado o primeiro pleito completamente informatizado do Brasil.

Imagino que o fato de ser invenção de um país em desenvolvimento contribui para as urnas eletrônicas não serem adotadas pela totalidade das nações. Alguns dentre nós, alegam que as ditas urnas não são confiáveis, devido a fácil adulteração de votos e outras tantas outras insinuações para desacreditar o sistema, algo nunca comprovado.

Pois bem, o resultado das eleições para prefeitos deste ano já foi contabilizado. Até agora nenhum escrutínio foi contestado. Nem mesmo o resultado de Olho d’Água do Borges, município do Rio Grande do Norte, onde Antonimar Amorim (União), derrotou Laize Sales (PP), por um único voto de diferença, algo inadmissível caso vigorasse o sistema de contagem tradicional.

E o que dizer da rapidez do escrutínio? Mais de 155 milhões de eleitores foram às urnas neste domingo, 6 de outubro, para escolherem prefeitos e vereadores para os 5.570 municípios brasileiros. Quatro horas foi o tempo dispendido para a contagem dos votos, isso por conta do atraso registrado em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, que ampliou o tempo de escrutínio em uma hora.

A tranquilidade e civilidade do plebiscito surpreendeu a todos brasileiros, se compararmos com algumas eleições anteriores. Não houve qualquer contestação com relação ao resultado das urnas. Nenhuma radicalização foi vista nas disputas, apenas altercações provocadas por candidatos cientes de suas derrotas, algo que deve ser contido em debates futuros.

Além do mais, notava-se um certo quê de satisfação naqueles que compareciam às urnas, como estivessem se desincumbindo daquele ato cívico obrigatório de forma agradável. Não restam dúvidas que a grande vitoriosa desta eleição foi a Urna Eletrônica, ao resgatar o prazer de votar do brasileiro para escolher os candidatos de suas preferências.

E, como consequência, ganhamos todos nós ao mantermos desfraldada a bandeira da democracia, maneira de governo salutar que preserva a liberdade de expressão e de movimentação, e onde todos os cidadãos possuem os mesmos direitos, indistintamente.

 

 

 

José Narcelio Marques Sousa – Engenheiro Civil

As opiniões contidas nos artigos/crônicas são de responsabilidade dos colaboradores

Uma resposta

  1. Discordo, Narcelio. Países desenvolvidos não as usam. Discordo do resultado pois são facilmente manipuladas. Necessitamos comprovante impresso!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *