VIVA AS EMPRESAS! –
O Brasil está vivendo um momento importante de sua história. Não tenho dúvidas que, ao final, podemos construir tempos melhores, sobretudo, no que se relaciona ao correto uso do dinheiro público. Contudo, para sairmos bem do atual momento e aproveitarmos o “limão para uma boa limonada” é preciso fazermos algumas distinções. Como bem lembrou o ex-Ministro do Supremo Tribunal Federal, Célio Borja, em recente entrevista, “não se deve generalizar. A generalização é a salvação dos canalhas”.
Em todos os lugares e segmentos, infelizmente, existem atitudes equivocadas e até criminosas. Felizmente são minoritárias. A atividade empresarial não é diferente das demais, entretanto, a maioria dos empreendedores é formada por homens e mulheres que colaboram para o Brasil caminhar. São pagadores de impostos, empregadores de mão de obra, apoiadores da pesquisa e da inovação tecnológica, enfim, fazem parte do ciclo virtuoso da economia que, em última análise, sustenta as estruturas de Governo e o desenvolvimento nacional.
Neste sentido, ainda, é devida uma outra distinção. As empresas, mesmo as que estão sendo investigadas, deveriam receber um tratamento criterioso de atenção aos empregos, negócios e interesses estratégicos do país. A propósito, recentemente a Revista Veja publicou um artigo de J.R. Guzzo com o título “ódio à empresa”. O texto é muito oportuno. Ajuda-nos a avaliar o contexto atual onde desencontros e equívocos estão contribuindo para que o Brasil continue estagnado, apesar de tantos esforços feitos. O ilustre articulista menciona, no início, o episódio desastroso da “carne fraca” e demonstra que, como em outros Países, precisamos preservar as empresas – e seus empregos – como células indispensáveis à vitalidade da economia, mesmo que punamos os empresários por eventuais erros cometidos.
Portanto, antes de um discurso puramente ideológico, corporativista, pessimista, precisamos fazer a análise certa e, sobretudo, valorizar as empresas, seus empregos e acervos técnicos. A atividade estatal, inclusive, Ministério Público e Poder Judiciário, decorre do esforço de empreendedores, de seus trabalhadores privados e da competência das empresas. O Estado somente dispõe do dinheiro que arrecada e, para tanto, precisa contribuir para um ambiente justo e próspero de negócios onde as empresas tenham condições de competitividade e sucesso. O sucesso, aliás, não é proibido. As empresas trabalham pelo sucesso de seus negócios que, consolidados, ajudam a sociedade brasileira a ter melhor qualidade de vida.
O ciclo virtuoso da economia, em síntese, não pode ser rompido e a empresa é parte necessária, indispensável e estratégica do processo! Empresas fortes, mais dividendos para a sociedade. Empresas apoiadas, menos problemas para o Estado resolver! A postura esperada, diante do exposto, é a valorização do empreendedorismo, mesmo em meio a tantas notícias ruins que somam diariamente, sobretudo, com foco na micro e pequena empresa. Assim – com a premissa de valorização do empreendedorismo e o apoio às empresas – começará, seguramente, o início de um tempo melhor para o Brasil.
*Publicado na Tribuna do Norte – 23/04/2017
Amaro Sales de Araújo – Presidente da FIERN e do COMPEM/CNI.