AB SOARES JUNIOR

Francisco Soares de Lima Junior

O Ministério do Turismo está mesmo interessado em ampliar o fluxo turístico do Brasil. O novo Ministro Henrique Alves, no seminário promovido pela Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados em Natal, na sexta-feira dia 12 de junho, mostrou-se preocupado com as estatísticas apresentadas pela Organização Mundial do Turismo – OMT, onde a colocação do Brasil é muito modesta em relação ao potencial que dispõe.

Enquanto os países continentais de dimensões semelhantes ao Brasil tais como Estados Unidos recebeu 69,7 milhões de turistas, China recebeu 55,6 milhões, México recebeu 23,7 milhões, nós estamos a mais de 10 anos recebendo na faixa de 6 milhões de turistas, sendo o país de maior potencial natural do mundo.

Na verdade a América do Sul foi quem ficou com o menor percentual do fluxo turístico, 2,52%, enquanto a América Central, composta de países bem menores, ficou com 2,79% do fluxo mundial, a África com 5,14% mesmo com tantos conflitos internos e insegurança em grande parte dos países.

O Brasil ainda não entendeu a importância do turismo como atividade econômica e não tem dado a devida importância a um mercado que pode ser a redenção econômica do país, deixando mais de 1 bilhão de turistas que ao viajar movimenta quase 10% do PIB mundial, e cresce a uma taxa media anual de 4,8% ao ano, sem dizer que estamos aqui e temos muito a mostrar ao mundo.

Por outro lado, o Brasil precisa concentrar esforços para dotar as áreas turísticas de boa infraestrutura de serviços públicos, serviços básicos como segurança, educação e saúde, reduzir o excesso de burocracia, aperfeiçoar a legislação e eliminar a insegurança jurídica para permitir que a iniciativa privada possa fazer a parte dela.

A melhor notícia dada pelo Ministro na ocasião do Seminário foi a idéia de voltar a discutir a legislação para permitir a instalação de Cassinos em áreas turísticas, a partir de um evento que deverá ocorrer em setembro próximo, na Câmara dos Deputados, ocasião que serão convidados representantes de alguns destinos que tem Cassinos, para mostrar o que era antes e o que aconteceu após a instalação e quais as perspectivas.

É importante analisar com carinho as estatísticas dos destinos como Las Vegas (USA), Macau (China), dentre outros e verificar o crescimento do fluxo turístico alcançado e a transformação econômica e social da região do entorno desses destinos.

Verificamos claramente que o Brasil já perdeu muito tempo não criando zonas especiais para explorar essa atividade que atrai milhares de pessoas com elevado nível de renda, com grande disposição de gastar dinheiro, e isso é o que estamos precisando para mudar o cenário econômico e social de regiões que não tem como desenvolver agricultura, pecuária e indústrias, com um semi-árido que sofre e empobrece a cada período de seca.

Um dado importante é o número de brasileiros que viaja para esses destinos com o objetivo de se divertir em mesas de jogos, até mesmo nos Cruzeiros marítimos que tem Cassinos, e todo esse dinheiro poderia estar sendo gasto aqui. Já estaríamos em condições de competitividade com esses destinos bem mais evoluída, atraindo milhões de turistas de todo o mundo para jogar e se divertir em nosso Estado.

O Brasil precisa acordar e entender que a atividade turística é fundamental para reduzir as desigualdades econômicas e sociais e ser tratado como uma atividade de exportação, com legislação específica para as regiões turísticas, e o Rio Grande do Norte tem tudo para ser o grande motor do desenvolvimento da região Nordeste.

Francisco Soares de Lima JuniorArquiteto

 

 

Uma resposta

  1. Realmente o Brasil precisa acordar para o que o turismo pode fazer pelo País. A muito tempo se fala que o Nordeste deveria ser uma ZPE do turismo. É só ver o que aconteceu em Punta Cana para se ter uma idéia do que seria nossa região se o turismo fosse bem explorado.

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