O voo espacial que a SpaceX pretende realizar nesta quarta-feira (15) se difere do que foi feito nos últimos meses pelos bilionários Jeff Bezos (Blue Origin) e Richard Branson (Virgin Galactic).
Enquanto as viagens anteriores tinham escala suborbital, a missão da SpaceX, do bilionário Elon Musk, deve alcançar a órbita terrestre e dar voltas em torno do planeta.
O objetivo é realizar o feito na missão Inspiration4, que poderá será a primeira com tripulação totalmente civil a orbitar a Terra.
De forma resumida, a diferença entre os tipos de voos está na trajetória realizada pelas aeronaves. É o que explicou o astrofísico do Centro Universitário FEI, Cassio Barbosa, em reportagem do Portal G1, em julho.
“Enquanto no voo orbital a nave consegue circular a Terra, ou seja, partir e retornar à atmosfera a partir de um mesmo ponto, o voo suborbital não tem velocidade para completar essa trajetória, então a nave sobe até um ponto máximo e depois cai em queda livre de volta à Terra”, afirmou Barbosa.
Um voo suborbital é parecido com o arremesso de uma bola de basquete em direção à cesta. A cápsula em que estão os tripulantes atinge uma altitude máxima e, em seguida, retorna ao solo em uma trajetória parecida.
No voo orbital, que será realizado pela SpaceX, a nave alcança uma velocidade bem superior e consegue se manter por algum tempo na órbita da Terra. A queda ao solo é mais lenta e ocorre durante essa trajetória em torno do planeta.
O voo da SpaceX exigirá uma velocidade muito mais elevada. A Blue Origin e a Virgin Galactic chegaram a 3.700 km/h em seus voos suborbitais.
A empresa de Musk, por sua vez, pretende alcançar 27.358 km/h, segundo a agência Reuters. A meta equivale a 22 vezes a velocidade do som.
O voo da SpaceX precisa atingir uma altitude bem superior à alcançada nas missões das outras duas empresas. A viagem de Jeff Bezos ultrapassou a Linha de Kármán, que fica a 100 km acima do nível do mar – limite convencionado para definir o início do espaço.
Já a missão com Richard Branson alcançou 89 km. Apesar de ter ficado abaixo da Linha de Kármán, o voo ultrapassou os 80 km, considerados pela Nasa e pelo Exército dos Estados Unidos como barreira espacial.
O foguete da empresa de Elon Musk tem altitude alvo de 575 quilômetros, acima das órbitas da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) e do telescópio espacial Hubble.
Os quatro tripulantes da Inspiration4 realizaram treinamento durante vários meses, segundo a agência AFP. Esta etapa incluiu a experiência de força G em uma centrífuga – um braço gigante que gira em alta velocidade.
O grupo também realizou voos parabólicos para experimentar a falta de gravidade por alguns segundos e uma caminhada na neve em grande altitude no Monte Rainier, no noroeste dos EUA.
Durante a missão, eles terão o sono, a frequência cardíaca, o sangue e as habilidades cognitivas examinadas.
Os tripulantes passarão por testes antes e depois do voo como parte de um estudo do impacto da viagem em seus organismos. O objetivo é acumular dados para outras missões com passageiros civis.
Fonte: G1
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