Yoshihide Suga logo depois de ser eleito novo chefe do Partido Liberal Democrático (PLD) do Japão — Foto: Eugene Hoshiko / Pool / AFP Photo
Yoshihide Suga logo depois de ser eleito novo chefe do Partido Liberal Democrático (PLD) do Japão — Foto: Eugene Hoshiko / Pool / AFP Photo

O atual secretário-geral do governo japonês e conselheiro de Shinzo Abe, Yoshihide Suga, foi eleito nesta segunda-feira (14) líder do Partido Liberal Democrata (PLD). A vitória abre caminho para que ele se torne o novo premiê do Japão na votação do Parlamento que será realizada nesta semana.

Shinzo Abe, de 65 anos, anunciou em agosto que vai renunciar por razões de saúde.

Suga obteve 377 dos 535 votos, que incluem os dos 394 parlamentares do partido e 141 das secções locais desse grupo político nas 47 prefeituras do país.

Em segundo lugar ficou o ex-chanceler Fumio Kishiba, com 89 votos. O ex-ministro da Defesa Shigeru Ishiba teve 68 votos e ficou em terceiro.

O PLD evitou uma votação mais ampla, com a participação das bases do partido, alegando que teria sido algo muito complexo para organizar de maneira rápida.

O formato reduzido beneficiou Suga, que setores importantes do partido consideram um sinônimo de estabilidade e continuidade da política de Abe.

Suga é um fiel apoiador de Abe desde a primeira vez em que ele assumiu brevemente a função de primeiro-ministro em 2006. O conselheiro também apoiou o seu retorno ao posto de premiê em 2012, encerrando o período em que a centro-esquerda comandou o Executivo japonês.

Ratificação no Parlamento

O Parlamento japonês realizará uma sessão extraordinária na quarta-feira (16) para nomear o novo primeiro-ministro. A Casa deve ratificar a indicação de Suga, porque o PLD tem maioria nas duas câmaras legislativas.

Em mensagem aos dirigentes políticos que o elegeram, Suga lembrou que Shinzo Abe sofre de uma doença inflamatória intestinal incurável e teve que renunciar por motivos de saúde. Suga afirmou também que é preciso continuar com seu trabalho.

O atual ministro das Finanças, Taro Aso, seguirá no cargo, de acordo com a mídia japonesa.

Suga declarou que a recuperação da economia será uma prioridade absoluta, assim como a contenção do coronavírus, essencial para a realização dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, que foram adiados para o próximo ano.

Shinzo Abe parabenizou Suga pela eleição e lembrou os tempos em que trabalharam juntos dentro do governo.

Afastamento de Shinzo Abe

Em 28 de agosto, Shinzo Abe surpreendeu ao anunciar que deixaria a função de premiê um ano antes do previsto por causa de uma nova crise de colite ulcerativa crônica, doença que sofre desde a juventude e que já tinha o obrigado a se afastar do poder em 2007. Ele se comprometeu a ficar no posto até que o seu substituto fosse designado pelo Parlamento.

Abe se tornou recentemente o chefe de governo do Japão a ocupar o cargo por mais tempo em termos de dias consecutivos de mandato – foram quase oito anos no poder.

Nesta gestão, Shinzo Abe estabeleceu fortes laços com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e desagradou países próximos, como China, Coreia do Sul e Coreia do Norte, por conta do seu nacionalismo.

A sua popularidade caiu nos últimos meses e registrou o menor nível desde que retornou ao poder em 2012. Ele é criticado por sua gestão na pandemia, que agravou a crise econômica enfrentada pelo país.

Desafios para o novo premiê

O próximo chefe de Governo do Japão terá que administrar uma série de desafios complexos.

O país já estava em recessão antes da pandemia de Covid-19 e muitas conquistas da política econômica do atual primeiro-ministro estão em risco.

Os desafios diplomáticos do novo premiê também são importantes. Ele deve atuar para preservar a aliança com os Estados Unidos, fortalecida na gestão de Shinzo Abe.

A postura do Japão com relação à China deve chamar a atenção em um momento em que a opinião pública passou a ter uma postura mais rígida em relação a Pequim por causa da política empregada para conter a expansão do novo coronavírus e da atuação chinesa para reprimir distúrbios políticos em Hong Kong.

Fonte: G1

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