O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, respondeu nesta terça-feira (4) a uma postagem feita pelo bilionário Elon Musk sobre um suposto “plano de paz” proposto pelo dono da Tesla para a guerra no país.
Na segunda-feira (3), Musk postou no Twitter um esboço do que ele chamou de plano de paz para a região, com ideias próprias para solucionar o conflito. Ao final do esboço, o bilionário lançou uma pesquisa, perguntando aos internautas se votavam “sim” ou “não” para o plano.
Em resposta, Zelensky lançou sua própria enquete na rede social: “Qual Elon Musk você gosta mais?”, provocou o líder ucraniano, com as opções de resposta “o que apoia a Ucrânia” e “o que apoia a Rússia”.
Já o Kremlin elogiou a postura do bilionário norte-americano, que chamou de “positiva”.
A postagem de Musk irritou o governo ucraniano em parte porque, entre as propostas do “plano de paz” criado por Musk, estão medidas como “refazer os referendos ilegais em regiões dominadas pela Rússia sob supervisão da ONU”, tornar a Crimeia – península ucraniana anexada por Moscou em 2014 – oficialmente parte da Rússia e que Kiev garanta que se tornará neutra – ou seja, que não se posicione nem se envolva ativamente em nenhum conflito mundial.
Essa neutralidade, na prática, significaria que a Ucrânia não poderia integrar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), e, na semana passada, Kiev disse que formalizará a candidatura formal à aliança.
Na segunda-feira, a postagem já havia gerado reações efusivas por parte de Kiev. O embaixador ucraniano na Alemanha, Andrij Melnyk, respondeu a Musk para que “caia fora”.
“Cai fora é minha mensagem muito diplomática para você, @Elon Musk”, escreveu Melnyk. “O único resultado é que agora os ucranianos nunca vão comprar a p…a dos lixos da Tesla”, completou.
O bilionário já havia causado polêmica recentemente com outra postagem sobre a guerra na Ucrânia no qual propôs um duelo “um a um” com o presidente russo, Vladimir Putin, para que resolvessem a questão da Ucrânia.
A guerra na Ucrânia viveu uma escalada nas últimas semanas, após Kiev anunciar um ambicioso plano de retomada de diversas regiões em território ucraniano invadidas por Moscou. Com a ajuda militar e estratégica de países do Ocidente, o governo ucraniano afirmou ter reconquistado cerca de 10% das áreas ocupadas por tropas russas.
Em resposta, o presidente russo, Vladimir Putin, fez um pronunciamento à nação pela TV anunciando a convocação de cerca de 300 mil reservistas no país inteiro, o que gerou uma grande onda de fuga de jovens russos. Dias depois, quatro regiões da Ucrânia – Kherson, Zaporizhzhia, Luhansk e Donetsk – foram submetidas a um referendo organizado e realizado por Moscou sobre se os cidadãos locais queriam se separar da Ucrânia e se anexar à Rússia.
Putin anunciou vitória na consulta pública e, na semana passada, assinou a anexação dos quatro territórios em uma cerimônia transmitida por telões em Moscou. A ONU e a comunidade internacional não reconhecem a anexação.
Fonte: G1